Eu tinha 22 anos na primeira vez que morri

sábado, 4 de outubro de 2014


Eu tinha 22 anos na primeira vez que morri. Infelizmente a minha pouca idade não me poupou de conhecer a maldade inata e cruel que existe no ser humano. Eu gostaria de dizer que era um dia frio e chuvoso, mas não era. O céu estava claro e azul como um desses que a gente só vê em desenho animado. O sol brilhava e estava tão quente que chegava a ser sufocante. Lindo! Eu estava em uma cidade desconhecida e chorava. Minhas malas estavam pesadas demais para o meu ombro frágil, e apesar das pessoas que passavam na rua observando a minha tragédia, eu estava completamente sozinha. Abandonada depois de uma briga horrível, onde o único tiro disparado dentro daquele quarto de hotel tinha me acertado em cheio. O amor é uma roleta russa da qual você nunca sabe quando o gatilho vai disparar e uma bala vai estourar sua cabeça. Muito menos o seu coração. Um dia eu conheci alguém. Ela tinha um sorriso tão dos deuses que seria capaz de fazer cego ver. E ela era tão linda que até os mais céticos tinham q concordar que tamanha beleza não podia ter sido concebida apenas por genética. Era uma beleza simples, dessas que não estão escancaradas na TV, entretanto, era mortal. Tipo areia movediça que você não se toca do perigo, mas quando percebe já está em um buraco sem volta. Ela sussurrava tão doce quanto os anjos, e mentia tão bem quanto o diabo. Eu me pergunto agora se era ela que mentia bem, ou se era eu que me fazia de cega quanto aos seus defeitos devido ao brilho que saía do seu sorriso. Eu queria poder dizer que estou triste, mas não estou! Eu estaria feliz se eu estivesse tristonha, pois pelo menos eu estaria sentindo alguma coisa. Qualquer coisa! Mas não, eu estou oca! Não sinto o clima, não sinto o tempo, não sinto fome, ou sede, e não sinto sono, apesar de ficar na cama todo o tempo. As gorduras viciantes perderam o sabor e até mesmo o meu refrigerante favorito perdeu o gás antes mesmo de eu abrir a latinha. Não sei se minha risada fingi alegria, e não reparo nas roupas que me vestem. Respondo tudo no automático, tanto que se me perguntarem sobre o que estávamos falando mesmo, eu já nem me lembro. Eu queria dizer também que estou morrendo de dor agora, mas eu não posso, pois eu já morri. Ela me deixava todos os dias, e a cada vez que isso acontecia, eu me transformava em inúmeras pessoas diferentes na esperança de ser alguém por quem ela se apaixonasse e mudasse. Tanta máscara usei que esqueci de alimentar o meu verdadeiro eu. Passei tanto tempo tentando ser amada por alguém que eu deixei de me amar, e como eu sinto saudade das minhas manias agora. Como eu queria poder ter de volta os meus detalhes que eram só meus. Eu vivia mudando, me esforçando e sangrando, mas nada fazia com que ela me amasse. Talvez fossem os meus olhos que a lembravam que eu ainda era eu independente da maquiagem que eu estava usando só pra agradá-la. São tempos obscuros agora. Mas eu ainda digo que isso tudo é somente a vida me livrando de todo o mal. Jogando fora todo o lixo que me rondava para abrir espaço para as coisas boas que estão por vir. Eu repito isso sozinha todos os dias nos momentos em que a mágoa e a raiva cegam qualquer luz que existe dentro de mim. Mas agora qualquer dor arde apenas como uma queimadura de cigarro, se comparado a um corpo inteiro já em carne viva. Todavia, eu estou viva e consciente de que meus poetas favoritos também morreram de amor, mas reviveram e ainda vivem em suas poesias. Como fênix que renasce das cinzas, eu tinha 22 anos na primeira vez que eu ressuscitei do que restou de um coração destruído.

Jessy Mendes

Felicidade que dê alegria

quarta-feira, 9 de julho de 2014


Quero uma felicidade que me dê alegria! Você pode até me achar louca e perguntar, em tom de zombaria, se existe uma felicidade triste; E eu posso te afirmar que sim, isso acontece. No mínimo eu te digo que existe aquela felicidade simples, calma e serena. Uma Felicidade já costumeira, daquela que te faz praticamente dormir nos braços dela. Felicidade do dia-a-dia, tão comum de quem é ‘‘apenas’’ feliz e isso por si só basta. Aquela felicidade que você se lembra quando te perguntam se você é feliz, e você até responde que sim, mas ainda encontra dificuldade em definir o porquê ou o que te traz real felicidade. Felicidade tão tranquila que chega a ser mansa. Quase confundida com uma felicidade plena. Mas eu não! Eu sou diferente, sou do contra, sou ambiciosa e sou fominha. Eu quero aquela felicidade que me dê alegria. Aquela felicidade que me tire os pés do chão, que me vire do avesso, que me faz sonhar, mesmo acordada, e que me deixe ansiosa por um novo dia. Que me faça parecer uma louca desvairada, e que me faça rir de um jeito feio, ou estranho, até que eu fique sem ar. É isso! Eu quero uma felicidade que me tire o fôlego. Uma felicidade que faça o sangue bombear muito mais rápido dentro das minhas veias, e que faça a minha adrenalina atingir pontos exorbitantes. Uma felicidade que me cegue para os problemas do mundo, mas que abra os meus olhos para toda a beleza que está presente nas coisas mais simples dessa vida. Uma felicidade que me embriague de alegria! E que eu possa soar como uma louca só por atravessar a rua com o sinal aberto, parecendo quase uma drogada. Quero uma overdose de alegria. Quero sentir o vento batendo no meu rosto, enquanto eu cultivo borboletas na minha barriga. Quero sentir medo, mas ao mesmo tempo eu preciso ter a certeza de que nada no mundo pode me parar agora. Quero ser extremamente tola e alucinada. Quero perder o sono de desejo, e quero ‘‘flutuar’’ como uma bailarina. Quero viver no mundo da lua, e preciso viajar por todos os outros planetas. Quero uma felicidade que siga uma direção oposta a todas as outras, principalmente que seja fora dos eixos e dos padrões convencionais. Muito mais do que isso eu quero uma felicidade que faça eu me sentir muito mais do que completa... Eu quero uma felicidade que me transborde. Quero ser inundada pelos risos, pelos beijos, pelas borboletas, pelo vento e pelos cheiros. Quero gritar até que eu possa acordar o bairro inteiro, e quero ser capaz de sentir tudo o que eu procuro com o barulho do silêncio. Eu não quero só ser feliz! Eu quero estar pelo simples fato de que a alegria me transbordou a tal ponto que seria impossível não ser.

Prazer de esquina


Perdida entre a música alta e as várias luzes de neon que me cegavam, olhei para o rosto de um total estranho enquanto eu lhe dava um sorriso amarelo. Nossa! Eu tinha mesmo beijado essa pessoa? Quatro doses de tequila eram o suficiente para isso? Eu tive ainda mais certeza, enquanto virava em um gole só o restinho do meu refrigerante de laranja, de que eu não queria alguém que preenchesse apenas a minha boca com sua língua desengonçada. Eu precisava de alguém que me completasse por inteiro. Alguém que tocasse o meu intimo, sabe? Que acariciasse aquela menina frágil que toda mulher madura tem por dentro, lá no fundo! Só encher minha boca por encher eu mesma a entupiria de comida. Batata frita, talvez, ou paçoca. Não, não! Eu precisava de alguém que tocasse os meus lábios, mas que ao mesmo tempo transbordasse a minha alma e o meu coração. Alguém que fizesse da minha felicidade o seu gozo, e que me proporcionasse prazer em qualquer esquina.

Todo fim é triste né?


O fim machuca, a perda dói, e sair da bolha rodeada do que é confortável e conhecido é enlouquecedor. Todo fim é triste né? Ninguém gosta de perder! E quando se perde algo ou alguém para o desconhecido, e você simplesmente o vê saindo da sua vida, a única certeza que sobra é de que seremos inundados por um turbilhão de sentimentos. Um coração quebrado significa que você será obrigado a sobreviver ao dia-a-dia, mas que, sem perceber, uma lágrima teimosa escorrerá pelo seu rosto enquanto você trabalha. Significa que depois do caos do termino, do estrago e de todo o barulho, você se verá afundado em um silêncio agourento. Um coração quebrado é a solidão que se sente na multidão, e é a sensação de abandono que se tem no final do dia enquanto você lava a sua roupa. É estar sozinho mesmo rodeado. O fim de qualquer coisa quando acontece de forma trágica significa que várias, ou todas as músicas perderão o sentido e a graça por um tempo, não importa se for samba ou rock. E todas as comidas perderão o seu sabor, e o seu paladar não conseguirá distinguir entre o que é doce ou salgado, porque simplesmente você não terá fome, mas você é obrigado a colocar para dentro mais uma garfada, e outra, e a continuar até o fim. Sofrer pelo fim de qualquer coisa significa que o canto dos passarinhos soará apenas como um ruído estranho ao longo dos dias, e que nada será tão belo quanto antes! Nem as flores, nem o sorriso de uma criança e nem mesmo o modo como o sol reflete sobre as águas ou sobre a grama verde. Ter um coração partido é o mesmo que viver em câmera lenta enquanto você faz compras, ou enquanto você precisa se levantar da cama e tomar um banho. É um inferno viver em slow motion todo o tempo! É se sentir uma criança frágil, desprotegida e carente, e ao mesmo tempo se sentir capaz de escalar uma montanha, pois nada parece maior que a sua dor. Ter um coração quebrado é ver algo lindo e sentir um pouco de raiva por não fazer mais parte de nada bonito, e é chorar copiosamente logo depois, enquanto caminha sem rumo pelas ruas, até o instante em que você estará pronto para começar tudo mais uma vez. Você pode até achar que nunca vai superar nada, ou que aquela dor será para sempre, mas não é e nem será! A dor não é eterna, ela só é insuportavelmente chata enquanto não passa, mas uma hora passa! A coisa mais bonita sobre a vida, no meio da tragédia que são os dias, é que a vida continua, e independente se você quer ou não, ela te empurra! O fim é apenas um novo recomeço, que logo terá um outro final, só para recomeçar novamente

O amor é sobre antônimos (?)


Ouvi pessoas das mais aleatórias dizer durante toda minha vida que eu deveria ter paciência. Que dezoito anos não era idade suficiente para ser adulta, ou madura, e que um mês era pouco demais para amar. Que com apenas dez reais no bolso não existiria felicidade em um final de semana e que eu não poderia me apaixonar no primeiro encontro. Que eu era muito nova para ter tantos medos e que uma criança era muito pequena para ter depressão ou tamanha tristeza. Ouvi dizer que quando se é jovem não se é fiel, e que só se é bom de cama quando se tem idade e experiência o suficiente. Mas eu era/sou impulsiva demais, e não consigo viver na prática esse estilo de vida de: Esperar o tempo certo. Ouvi também alguns sujeitinhos dizerem que alguns opostos se repelem e que encontrou naquela pessoa ''tudo de bom que já existia dentro de mim''. Percebi, percorrendo alguns estados e países que se alguém gosta de rock ela irá procurar alguém em um show do Metallica, e que se alguém gosta de literatura, irá passar mais da metade da vida sentada em uma biblioteca esperando o príncipe ou a princesa encantada. As pessoas, principalmente os adultos, têm uma tendência a procurar o que lhe interessa apenas nos lugares que lhes agradam. Pois é, juntando toda essa vivência eu fui moldada a acreditar que eu deveria esperar, pois o amor me encontraria na hora certa e no lugar correto! Passei madrugadas em claro, dias e mais dias pensativa, tentando entender o mundo, as pessoas, as oportunidades e os amores. Tentando entender se a espera valia a pena, e então eu entendi! Entendi que perdemos tanto tempo esperando que uma hora o tempo não espera e ele passa. O tempo passa e o que não agarramos com unhas e dentes fica perdido no tempo, sobrando apenas o arrependimento. E eu entendi que eu não queria ser como os outros. Eu preferia me arrepender do que eu fiz do que me arrepender de não ter feito ou vivido o que eu queria. Conheci crianças maduras, e velhos sem bagagem nenhuma. Vi amigos recentes fazerem por mim o que meus velhos companheiros nunca fariam, e percebi mais amor em casais com meses, do que naqueles com anos. Números são tão subjetivos!
Eu ainda não fiz trinta e não dei a volta ao mundo. Não tenho a maturidade de um senhor de 90 anos e nem a experiência de um guerreiro, mas acho que eu entendi também que o amor não se trata de sinônimos. Não se trata de compatibilidade ou igualdades. O amor é mais ou menos sobre se sentir completo pelas diferenças do outro, é se deixar ser preenchido pelo desconhecido, e é amar, ou aceitar, tudo o que você não ama.
Quebras cabeças realmente não se completam com peças iguais. Quem diria... O amor é sobre antônimos e diferenças.

Fantasias noturnas


Às vezes eu fico me perguntando durante a madrugada, calada e sozinha, se todo mundo quando deita na cama fica fantasiando até pegar no sono que algo vai aparecer no dia seguinte e mudar toda a sua vida. Se vai acontecer algo que vai tirar o seu fôlego e te arrancar dessa monotonia solitária e viciante que é o dia-a-dia. Eu me pergunto quem estará, assim como eu, sonhando com uma vida melhor, ou com um dia em que será tudo diferente. Quantas pessoas suspiram tristes e sufocadas depois de rolar na cama por horas, sabendo que amanhã será um novo dia igual a todos os outros: Você acorda, passa horas trancada em um trabalho que você não gosta, come qualquer porcaria na rua, chega, toma banho, fuça o Facebook tentando encontrar algo na vida de alguém que seja mais interessante que a sua e depois dorme. Dorme naquela esperança secreta de que amanhã seja realmente um OUTRO dia.

Oi, mãe


Oi mãe, ainda nem nasceu o dia, está tudo muito escuro, mas é que eu não consigo dormir direito. Crescer dói, sabia? Pois é, eu ando descobrindo isso a cada dia. Mãe, eu tenho tantas dúvidas, mas a senhora está tão longe e eu me sinto tão criança ainda. Porque a louça nunca fica limpa como quando a senhora lava, não importa o quanto eu esfrego ou o quanto coloco detergente na bucha? Porque a minha toalha não fica sempre com aquele cheirinho gostoso de amaciante? Pois agora ela sempre tem um cheiro estranho, não importa o quanto eu esfregue, bato no tanque ou lave. Minhas roupas, às vezes, ficam meio duras, constantemente amarrotadas e nem de longe ficam tão cheirosas como quando a senhora lavava. Por quê? Eu não entendo! Eu ainda acordo com medo e não importa com quem eu divido quarto, não é a mesma sensação de segurança que eu tinha antes, só de saber que a senhora estava lá me velando, mesmo 'distante', lá do seu quarto. Bons tempos quando a maior distância entre eu e você era medida em metros ou cômodos e não quilômetros. Mãe, porque tudo é caro agora que sou eu quem pago minhas contas, ou será que a culpa disso tudo é da inflação e do governo? E principalmente, mãe, porque tudo é tão mais difícil agora que eu não te tenho tão por perto? Agora nos finais de semana, em vez de escutar você gritando, reclamando que não tinha tempo para nada, pois tinha que cuidar da casa, sou eu quem, calada e cansada, lavo o banheiro. Sou eu quem descongela a geladeira, quem faz uma gororoba horrível que eu insisto em chamar de comida, e sou eu quem fica descabelada em frente ao tanque lavando meu tênis e minhas roupas. Bons tempos quando eu tinha o fim de semana inteiro para sair, ir à balada, ou fingir que jogava futebol em um sábado à tarde qualquer. Bom o tempo em que eu tinha a senhora por perto. Porque, mãe, eu já atravessei oceanos, cruzei fronteiras de alguns países, em tão pouco tempo conheci outros tantos estados brasileiros e já vi as coisas mais tristes e lindas em cada canto dessa terra. Fiz amigos dos mais diversos, e por mais que os novos amigos nunca substituam os velhos, pois pessoas são insubstituíveis, eles quase amenizam a saudade que eu sinto dos antigos companheiros. Mas mãe, ainda sim, em nenhum lugar e em nenhum momento, eu encontrei alguém tão única, tão singela, ou com um sorriso tão grande, que quase amenizasse a falta que eu sinto da senhora ou que eu pudesse chamar, verdadeiramente, de MÃE.

Hoje é um daqueles dias


Hoje é um daqueles dias que eu só precisava de alguém do meu lado, mas todos sumiram. Hoje é um daqueles dias que está ventando muito e eu estou com medo. Hoje é um daqueles dias que meu coração está pequenininho, quebrado no peito. Hoje é um daqueles dias que eu perdi a fé na humanidade. Hoje é um daqueles dias que eu preciso, mas nada tenho. Preciso do simples, preciso do complexo, mas fico aqui, sozinha, dando meu jeito. Hoje é um daqueles dias que preciso que venham, porque não tenho força de ir a lugar algum. É um daqueles dias que percebo que me dei demais e não recebi troco nenhum de volta. É um daqueles dias que acho o amor uma coisa idiota, tenho ódio de tudo, mas o que eu precisava era simples: Carinho, sorvete e colo. Seria a combinação perfeita para tirar de mim esse gosto ruim, essa sensação de amargo. É um daqueles dias que passei tremendo, de tanto segurar o choro, mas ninguém quer saber disso. É... Preciso parar de ser dramática, preciso parar de querer me encontrar nos outros e preciso parar de procurar em qualquer rosto, em qualquer sombra algo que me tire da realidade e me faça esquecer toda essa tristeza. Ok, hoje é um daqueles dias que me ganha quem vier correndo e me disser que não importa a chuva, não importa o vento, não importa o tempo, estará ali do meu lado não importa o que aconteça. Hoje é um daqueles dias que quero alguém que não me diga uma palavra, mas que me faça sentir tudo com o silêncio.

Palavras



Palavras. Não vou dizer mais nada! São só palavras e por mais que eu seja ótima com elas, nunca resolvem em nada. Elas não acalmam o turbilhão que há dentro de mim. Não arrancam mais suspiros da garota bonita. Não amenizam a dor dos corações aflitos e não trazem quem eu amo, mas já se foi, de volta. Não curam as mágoas que ficaram enterradas e não trazem sorriso aos que precisam de esperança. Não secam as lágrimas derramadas em silêncio, e, na maioria dos momentos mágicos, não existem palavras. Não conquistam o que e quem eu quero e não me deram nenhum dinheiro até agora. Elas nem expressam realmente o que sinto porque o que eu sinto eu nunca digo e, mesmo que falasse, não resolveria nada. Seriam, novamente, só palavras.

Na hora do almoço

segunda-feira, 19 de maio de 2014



Deu vontade de te ligar na hora do almoço. Confesso. Só pra matar um pouquinho da saudade do costume que tenho de falar com você em todo e qualquer intervalo do meu dia. Não liguei. Mas aquele pontinho de esperança que ainda existe dentro de mim ficou esperando que você ligasse só pra dizer que me ama. Você não ligou, mas eu fiquei esperando até o último minutinho. Fiquei porque apesar de saber que já não temos mais tantas coisas boas para dizer um ao outro, o jeito como você respira alto, perto demais do fone, me bastaria. 13:13 no relógio e você não apareceu, e eu também acabei não ligando. Mas só não o fiz porque estou tentando me acostumar com a sua falta, e eu prometi a mim mesma que não iria ligar brigando (mais uma vez) por você permitir, tão facilmente, que isso aconteça. Você me disse (com esse seu jeitinho que me convence sempre) que era ‘‘Melhor parar e tentar se lembrar das coisas boas que tínhamos e não se destruir e se machucar ainda mais’’. E eu, por fim, e depois de vários ‘‘fins’’, aceitei. Entretanto, os espaços vazios e silenciosos do meu dia ainda gritam, sem entender, por que não somos mais capazes de criar novas lembranças boas e felizes. A gente se gosta! Eu sei e você também sabe! Mas as brigas tomaram o lugar da paz, os sorrisos perderam lugar para o choro, a mágoa transcendeu o prazer, e as cicatrizes começaram a ficar grandes demais para se curarem sozinhas. E eu expliquei isso tantas vezes para esses mesmos vazios e silêncios que acabei convencendo a mim mesma. Seria engraçado, se não fosse triste, como eu sempre procurei um amor que eu amasse sem razão, e eu encontrei! Eu te amei sem razão alguma, até porque somos opostos que se atraem como imãs, mas agora aqui estou eu, enumerando, singelamente, os motivos pelos quais nós não damos mais certo. O nosso quebra cabeça não se encaixa mais como antigamente, e o mais triste não é nem o ‘‘Não se encaixar’’, mas sim perceber que nós já nos acostumamos com o não encaixe. Mais triste do que o fim, só mesmo aquele momento em que o a ficha cai. A ficha caiu e eu olhei para o fone, confusa e incrédula, ainda com aquela cara de que ‘‘Eu não queria que tivesse caído logo agora’’. Tu Tu Tu Tu, e a nossa ligação ficou assim, por um fio, finalizada. A gente se ama, é fato, e ainda me encanta como a sua risada estranha soa deliciosa, e eu vou sentir falta do jeito único e perfeito como o seu pé se esfrega no meu para que possamos pegar no sono. E de toda a saudade que ficará aqui dentro do meu peito, eu acho que nunca vou conseguir definir o que será mais latente: Não presenciar o modo como o sol reflete tão lindo sobre o seu cabelo, ou não poder sentir na pele como o seu corpo pequeno e compacto foi moldado para o meu grande e desengonçado. Sobre a nossa família planejada com duas crianças e um cachorro eu nem falo nada. Essa sensação de perda e luto ultrapassa qualquer palavra ou sentimento. O ''X'' da questão é que a gente se quer, mas não se bate. Até se quer mais perto, mas se repele. Quer beijos, mas vive de tapas. Ama, mas não confia no amor do outro. Quer a paz que só existe em nossos abraços, mas já não consegue mais proporcionar sossego. Queremos que juntos sejamos um laço, mas na pratica tudo se tornou um nó. A mesma mão que acaricia, dá um soco. Queremos ficar juntos pra sempre, mas não conseguimos mais nos manter. Os nossos momentos bons são ótimos e durante eles eu tenho a mais plena certeza de que ficaremos juntos para sempre! Mas daí então vem as brigas, e outra, e mais uma, e eu tenho a sensação de que não posso aguentar mais aquilo nem por um segundo. A balança que deveria estar no positivo, acabou ficando no vermelho. E que pena... Fomos vencidos! Não pela distância, o nosso pior inimigo, mas pelas brigas que se transformaram em desencanto. Eu tento e remendo as páginas rasgadas pela sua borracha, e trabalho, incessantemente, na vontade de que esse calculo dê certo. Mas o meu lápis quebrado de tanto ser apontado não consegue mais encontrar espaços não rasurados, onde possa caber um pouco mais da nossa história. Depois de toda essa matemática insana e descompassada, podemos até dizer que fomos maus administradores e que não soubemos como alavancar o nosso negócio, mas ninguém nunca poderá dizer que faltou amor, paixão e entusiasmo. E ainda não falta! Mas, aparentemente, não tem jeito! Tudo bem... A gente já não se soma mais, mas só nós sabemos como a gente se completa. E passando da matemática para a poesia, a minha consciência também sabe que hoje nós não somos nem metade do que já fomos, pra ser mais exata, nesse momento nós não somos nada! Mas o meu coração tenho toda essa certeza de que a gente ainda se transborda. 

Arrependimento mata

terça-feira, 29 de abril de 2014


Adoro ser aquariana. Principalmente gosto de ser impulsiva e rebelde! Mal vivi duas décadas e já acho que perdi tempo demais nessa vida por acreditar que podia deixar algo para depois, ou por falta de coragem! Agora o sistema é esse: Se eu quero busco por soluções, por mais mirabolantes que sejam. Se você não quer, vai me encher de desculpas, das mais variadas, tão malucas e sem sentido quando as minhas ''loucas'' alternativas! Pode me achar pirada, lunática, o que for! Pensa só: Quem te garantiu que o amanhã vai chegar? Quem te deu a certeza absoluta de que você vai acordar semana que vem, inteirinha, como você está agora? Que você não estará sem um pedaço na segunda ou que não perderá algo insubstituível na sexta? Eu aprendi, ou melhor, a vida me ensinou de forma amarga e dura (o suficiente para eu não querer pagar de novo o preço para ver) que o minuto seguinte é incerto! Que a maioria das oportunidades que deixei passar, por acreditar que tudo seria constante em minha vida, eu perdi. Perdi vários pores-do-sol, simplesmente porque acreditei que eu teria todos os dias, ou uma vida inteira, para assisti-lo. Mas o que a gente precisa entender é que até o pôr-do-sol hoje vai ser diferente do de amanhã! Eu entendi isso, mas só depois de perder muitos espetáculos, muitas pessoas, muitos sorrisos e muitas histórias. Pelo simples fato de me controlar demais, pensar demais e arriscar de menos. Os momentos são únicos, oportunidades são raras, por mais simples e bobos que pareçam. E dizem as más línguas que arrependimento mata!

desconfortável desconhecido




Acho que é hora de aceitar o fim. Parar um tempo, refletir, me reencontrar, colocar a cabeça no lugar e seguir em frente. É tempo de fechar o ciclo, porque a vida é cheia deles, mas o fim não deve significar nada além de: ''Aí vem um novo começo!''. Seguir pelo desconhecido é desconfortável, deixa a gente com a boca seca e com o olhar perdido. Dá vontade de continuar na mesma estrada e no mesmo circulo, só porque até as tribulações, por mais dolorosas que sejam, se tornam os mesmos problemas conhecidos. Mas a vida é engraçada, ao mesmo tempo em que é dolorosa, e quando você se recusa a finalizar o que já está acabado, ela encontra um jeito de te jogar para fora do confortável. Eu decidi que não quero mais brigar com a vida. Não quero mais bater de frente e bancar a menina chorona-mimada insistindo em coisas quebradas, ou em momentos que se foram e sentimentos que não voltam. Eu vou seguir o rumo dela, aceitar o fim, os espaços e os novos começos de braços abertos. E eu vou lutar, até o fim, para fazer o melhor com o pior que ela me der. Pois há dois jeitos de ver a vida: Ou você chora com os problemas e é derrotado por eles, ou você enfrenta cada nova cursa perigosa da vida e cresce com isso! Eu decidi que quero sentir orgulho de mim, cada vez que eu olhar para trás e poder pensar: Eu sofri, lutei, mas venci.

Por onde andam os meus pedaços?



Algo muito importante, mas sem nome específico, está faltando em mim! Está faltando alguma coisa, eu sei, mas em contrapartida, há saudade sobrando. Em excesso. E até quem me vê atravessando a rua, encarando o semáforo pela terceira vez consecutiva, sabe que estou perdida e não consigo me encontrar. Estou dividida em pequenas partes espalhadas por aí. De Minas ao Maranhão. Do Paraná à Santa Catarina. Das Américas à Europa. Da liberdade à comodidade. Do que eu fui e do que sou agora. Do que eu tinha e não tenho mais. Do que eu queria ter, mas por medo ou cansaço, não tive. Não estou completa aqui, mas sei que também não estaria em nenhum outro lugar. O ruim de pertencer a tantos lugares, pessoas e coisas é isso, nunca se está completa. Está sempre faltando alguma coisa. Está faltando algo, eu sei! Meu olhar confuso não engana. E até quem lê esse texto sem sentido sabe. 

Por onde andam os meus pedaços?

Aprendi a amar andando de bicicleta



Estou triste. Triste com as pessoas e triste com a vida. Chateada com essa premissa (esquisita) de que não podemos ter tudo o que queremos. É sorte no jogo ou azar no amor. Sucesso na vida profissional ou na pessoal. Conforto e comodidade ou liberdade. Bem me quer ou mal me quer. Cara ou coroa. Mas eu sou dessas que acredita que é nas dificuldades que a gente mais cresce. É suando que mais se aperfeiçoa. É durante essas escolhas que aprendemos o valor de cada coisa. É chorando que ficamos mais forte e é sendo enganado que nos tornamos mais espertos. É com as decepções que aprendemos a sacudir a poeira, obrigados pela vida a seguir em frente. Decidi tentar. Tentar e lutar! Decidi fazer valer a pena e parar de esperar uma galinha dos outros. E se nada der certo, ou se nada valer a pena, pelo menos valeu a tentativa e valeu a experiência. Ainda estou triste, mas acabei de me lembrar que eu só aprendi a andar de bicicleta depois de cair várias vezes e de ralar a canela.

Fome de lembranças




Estou aqui deitada, está frio, estou com saudade e com fome. Mas nem é tanta fome de comida, até porque a geladeira está abarrotada. Estou com fome de você e esse é um tipo de fome que sanduíche triplo nenhum mata. Arroz e feijão nenhum supre. É uma fome estranha. Estranha porque ela alimenta a minha saudade. Tenho fome de lembranças. Das lembranças que, por estar deitada nessa cama, não estou criando com você. E eu me confundo com esse jogo de ‘‘ Lembrar, criar e imaginar memórias'', e fico perdida entre o que eu, de fato, me lembro e o que minha mente extrapola. 
A gente poderia andar pela calçada de mãos dadas com aquela chuva pesada caindo, mas ainda sim, continuaríamos cheias de risadas. Talvez você alimentasse algumas pombinhas em um dia ensolarado enquanto eu observava de boca aberta como você fica linda vestindo essa camiseta velha com alguns rasgados. De noite enquanto preparássemos o jantar você sorriria para mim orgulhosa, tanto quanto eu, pela minha proeza de ter finalmente conseguido descascar uma batata. E talvez, nesse momento, você se re-apaixonasse por mim e eu por você, esquecendo a briga horrível que tivemos no final da tarde. Você me perguntaria de noite, deitada e de olhos fechados, porque eu não vou dormir em vez de ficar te olhando. E eu te diria ‘‘Querida, você não entenderia. ’’ Mas o meu coração entende. Ele sabe que cada sorriso seu é único. Meus olhos famintos não perderiam isso por nenhum instante, nem por um segundo! Porque talvez no próximo sorriso a curvinha do seu rosto se forme de modo diferente. E eu teria medo. Medo de não me saciar suficientemente de você e acabar morrendo de saudade ou com muita fome. Pois é, mas aqui estou com frio e deitada sozinha. Sem você, sem sanduíche triplo e sem nada para matar o que me consome.
Não faço esse texto na intenção de lhe jogar indiretas, muito menos na intenção de lhe deixar confusa. De confusa já basta eu sem saber distinguir entre o que foi realidade o que eu fantasiei. Talvez essas palavras nem te toquem ou talvez as rimas não estejam perfeitas. Acho que a gramática está totalmente incorreta. Mas não tem problema! Faço esse texto porque necessito que você saiba que penso na gente. Que, na verdade, penso na gente com muita freqüência. Que sonho com você na madruga e fantasio conosco mesmo quando de mim você nem lembra.

Coração de papel

segunda-feira, 31 de março de 2014




Quero um coração de papel, estou de saco cheio desse aqui cheio de músculos e transbordando sentimentos. Se meu coração fosse de papel, toda vez que alguém machucasse ele eu passaria o ferro bem quente em cima e o faria ficar bonitinho novamente. Ia ser lindo. Agora esse aqui dentro do meu peito demora a se curar. Ele é todo machucado e mesmo quando você passa Merthiolate, ainda existe todo um procedimento. A cicatrização é demorada e o processo é lento. Coração bobo, que às vezes aguenta uma tempestade, caladinho, mas chora quando te machucam com aquela gota d´água. Coração de menina que precisa ser cuidada, mas que vive passando batom e caindo do salto alto, só porque quer ser um coração de mulher destemida e determinada. Carne é assim, meu bem. Corta lá aquele pedaço de bife pra você ver se ele volta ao normal na mesma hora. Não volta não! Talvez com o tempo até se regenere, mas dependendo do tamanho do corte, já era! Então não dá pra você ir e vir, morder e depois soprar. Não dá pra você amassar meu coração e depois desamassar, hora que você bem quiser ou bem entender. Decida-se. Porque ele é de carne e músculo, matéria bruta, todo desajeitado, mas que uma vez machucado, sangra e sofre caladinho. Pode trazer o remédio quando o arrependimento bater, não tem problema. Mas ele vai ficar cheio de cicatriz e feridinhas feias, sabia? Pois é, mas parece que o mundo inteiro não sabe. Agora se meu coração fosse de papel, tudo seria mais fácil. Você passaria o ferro nas minhas feridas e as levaria embora. Mas coitadinho, está aqui sozinho, na esperança de um dia encontrar o remédio que o faça ser totalmente curado.

23.02.12
by:Jessy M

O que vai volta



Todo fim trás um novo começo, isso é um fato e com você eu aprendi um monte de coisas. Mas tem algumas pessoas que não aprendem e você não aprendeu que pessoas iguais a você existem um monte, mas pessoas que querem fazer diferente você não vai encontrar de novo na fila do bar. Aprendi com você que não tenho muito peito e nada de bunda, mas que tenho um coração de ouro e uma paciência enorme. Que não sei me maquiar direito, mas que escrevo ótimos textos e um rostinho bonito pode ate alimentar o seu ego, mas as minhas palavras alimentam a alma de quem merece. Você fez promessas com juras carregadas de vazio, com olhares que não brilhavam, mas eu quis fingir que nada enxergava. Achar pessoas assim é fácil, achar alguém com paciência para sua montanha russa, nem se você fechar um parque. Foi divertido? Usar e descartar? Não tem importância, pois eu vou me reciclar bonitinha agora. Longe, bem longe de você onde seu veneno doce não pode me atingir. Aí eu fico aqui, com o olhar longe, tentando lembrar os nossos momentos bons com saudade, mas não existe saudade. A verdade é que o que existe em mim é a falsa ideia de estar apaixonada. Até achei estranho no começo, mas me livrei da culpa, joguei ela fora pelo ralo. Você nunca soube me tratar com uma mulher, nunca me fez sentir amada, segura ou desejada. E tem alguma importância? Nenhuma, pois você sempre jurava que não importava o que eu fazia, eu sempre estava errada. Então eu vou chorar pelo que? Não há nada, nada além da mágoa. Lembra toda vez que preocupei com você e você disse estar sufocada? Não tem problema, existe alguém nesse mundinho que vai te ver no chão, pisar um pouquinho mais em cima e você vai se sentir leve, libertada! Lembra quando você sumia e eu chorava? Não tem problema, sempre existe alguém que vai te mandar a merda porque você do lado dela não faz a menor diferença. Não é a dor da saudade que me derruba, é saber que eu fiz tudo e você transformou em nada. Mas o que vai volta, lembra? Eu sempre te disse isso, não é? Pois é, o que vai volta, mas quando a gente percebe isso não adianta.

Não sei



Não estou me fazendo de santa, mas não sei mentir. Não aprendi a usar as pessoas e depois jogá-las fora. Não sei chorar se não tiver vontade e não sei dizer 'eu te amo' olhando nos olhos se eu não estiver sentindo. Mas isso se tornou ruim, pois acabei acreditando que o mundo inteiro seria assim. E aprendi da pior maneira que não é. Me senti um bebê, perdida no mundo, como se eu não soubesse viver. Crescer dói, mas a gente aprende... É caindo que se entende que a diferença no mundo são aqueles que ainda acreditam no amor e não aqueles que nunca tiveram fé e se acham no direito de tirá-la dos outros.

Jessy M
13.05.12

Sinto falta de mim na madrugada



Ando sentindo uma saudade. Na maioria do tempo do que nunca foi, mas eu queria que pudesse ser ou que tivesse acontecido. Sinto falta daquele sentimento que não senti, daquele momento que não vivi, daquele sonho que não sonhei e daquele suspiro que não suspirei. Sinto falta de você que tinha tudo para ser o alguém, mas escolheu ser mais um ninguém na minha vida. Sinto falta de você que nunca vi o rosto e nem conheci. Sinto falta das ruas que não andei, dos ares que não senti e do rio onde não me banhei. Sinto falta do carinho que não recebi, do rosto bonito que não toquei, da mão no meu corpo que não senti e do eu te amo que não escutei. Sinto falta de mim na madrugada, falta dos meus sorrisos sinceros, mas agora tão passageiros. Sinto falta de me sentir jovem e bonita quando me olhava na frente do espelho, sinto falta da parte boa em mim que era ou é você. Não sei..

Jessy M

3.3.12

Na prateleira da vida, eu estou de liquidação!




Hoje é um daqueles dias que eu só precisava de alguém do meu lado, mas todos sumiram. Hoje é um daqueles dias que está ventando muito e eu estou com medo. Hoje é um daqueles dias que meu coração está pequenininho, quebrado no peito. Hoje é um daqueles dias que eu perdi a fé na humanidade. Hoje é um daqueles dias que eu preciso, mas nada tenho. Preciso do simples, preciso do complexo, mas fico aqui, sozinha, dando meu jeito. Hoje é um daqueles dias que preciso que venham, porque não tenho força de ir a lugar algum. É um daqueles dias que percebo que me dei demais e não recebi troco nenhum de volta. É um daqueles dias que acho o amor uma coisa idiota, tenho ódio de tudo, mas o que eu precisava era simples: Carinho, sorvete e colo. Seria a combinação perfeita para tirar de mim esse gosto ruim, essa sensação de amargo. É um daqueles dias que passei tremendo, de tanto segurar o choro, mas ninguém quer saber disso. É... Preciso parar de ser dramática, preciso parar de querer me encontrar nos outros e preciso parar de procurar em qualquer rosto, em qualquer sombra algo que me tire da realidade e me faça esquecer toda essa tristeza. OK. Hoje é um daqueles dias que me ganha quem vier correndo e me disser que não importa a chuva, não importa o vento, não importa o tempo, estará ali do meu lado não importa o que aconteça. Hoje é um daqueles dias que quero alguém que não me diga uma palavra, mas que me faça sentir tudo com o silêncio.

Hoje é um daqueles dias em que eu estou de liquidação na prateleira da vida. Não é preciso muito dinheiro se souberem me levar com os detalhes.

Jessy M
2.3.12

A culpa é sua!





Para 65% da população brasileira que pensa que o estupro é culpa da mulher, eu queria dar um aviso. Se você for aceitar essa premissa ignorante, você também terá que aceitar que se você fica uma hora esperando na fila do banco para pagar uma conta, a culpa é sua! Quem mandou gastar energia? Não adianta achar um absurdo e se sentir indignado. Se você é mal atendido pela funcionária de uma loja, a culpa é sua! Quem mandou ir lá ficar perguntando o valor das coisas pra moça? Nem adiantar sair reclamando como ela é mal educada. Se seu chefe é um chato e vive te menosprezando, a culpa é SUA! Afinal, quem mandou Você não fazer tudo do jeito que ele acha certo? Já pode parar de reclamar dele pelas costas. Se um pernilongo te pica, a culpa é sua também! Quem mandou vestir regata e bermuda? Vai vestir uma burca, meu chapa, e para de matar os pobrezinhos! Se você está doente e não tem médico pra te atender, para de reclamar do governo! Quem mandou você ficar doente? Se você é assaltado não adianta olhar pros céus e perguntar ''o por quê'' não! Quem mandou você querer ter celular caro e um carro? Se tivesse de fusca velho e roupa rasgada, ninguém teria te roubado, garotão! Se um assassino te dá um tiro, a culpa é SUA, meu amigo! Quem mandou ficar esfregando na cara da sociedade que você está vivo? O RESPONSÁVEL É VOCÊ!

Agora se você achou tudo isso um absurdo, imagina eu que tive que ouvir de mais da metade da população brasileira que se eu for estuprada, eu tenho que engolir o choro calada e ainda me desculpar por ter, simplesmente, saído de casa!

E para os fanáticos religiosos, eu digo. Se Deus deu o livre arbítrio para cada um, então eu estou no meu direito de usar a roupa que eu quiser! E eu sou mulher o suficiente para assumir isso! Foi uma escolha MINHA! Então se você estupra alguém, essa escolha também foi SUA! Eu tenho o direito de escolher que tipo de pessoa eu quero ser, e você também tem o direito de abusar de mim ou não! A questão é que se você escolher que prefere violar os meus direitos, a RESPONSABILIDADE é, única e exclusivamente, sua! Ele não disse que a sua conduta estaria condicionada com a atitude de terceiros.

Preconceito hoje é burrice! E burrice gera preconceito! Se liga!

Foto: Emanuelle Moreira
Texto: Jessy Mendes

Let's forget about me

quinta-feira, 13 de março de 2014



Gota a gota se forma um oceano, mas, entretanto e todavia, gota a gota também se seca um mar inteiro. E você pode ate fingir que está tudo bem, lutar contra os fatos ou tampar o sol com a peneira. Você pode dizer para si mesma, ou para os outros, que não percebeu como a água que cobria sua cabeça, agora mal bate na sua cintura e fingir, novamente, que está tudo bem. Mas, minha amiga, um dia você vai colocar seu biquíni, como colocou em tantos outros dias, vai chegar à praia e vai tentar entrar na água, mas ela não vai bater nem nos seus pés. Não haverá uma poça sequer, sabe por quê? Porque, sem perceber, ou talvez fingindo não perceber, gota por gota, o mar inteiro secou. Pode trazer baldes de água e molhar o corpo todo. Se você fechar os olhos por um momento, quem sabe, dá até pra acreditar que tudo ainda está perfeitamente bem e se sentir grata. Mas quando o sol bater forte, você abrirá os olhos e irá perceber que não é mais suficiente. OK. Pode trazer uma mangueira também, se banhar toda, fazer um buraco na areia, encher de água e pular dentro. Mas, ainda sim, eu te garanto que, em alguns poucos dias, a água irá vaporizar por inteira. É triste, eu sei, mas tem vezes que a gente acredita que nada seca, nada acaba ou nada quebra. Mas as coisas, quando não cuidadas com devido valor, se esgotam. Até uma fogueira, se você não coloca brasa suficiente, apaga. Um oceano não seria diferente. Para te provar, com mais um exemplo, como as coisas são, eu digo: Quebra um copo, todos os dias, pra você ver. Não há super-bonder que aguente.
Pois é... Não há mar que aguente não ser cuidado. Não há fogueira que dure muito sem madeira e não há copo que aguente ser quebrado em tantos pedaços. Não adianta! Eu até quis ser um oceano, lutei com unhas e dentes para ser sempre uma fogueira e não quis aceitar quando me disseram que eu já não era mais um copo, eu era apenas um monte de caco colado. Mas a verdade é que, enquanto observo o vento forte fazer minhas chamas quase se apagarem, enquanto percebo que não sou mais um copo bonito, e enquanto observo você na praia, vestida com o biquíni de sempre, agindo como se o oceano não estivesse vazio, como se eu não estivesse quebrada ou com as chamas fracas, eu sempre me pergunto: E eu?
Mas... OK. Vamos esquecer de mim, apenas mais uma vez.

No silêncio da noite



Mais uma noite perdi o sono. Só hoje, de novo, pra variar. É que, geralmente, eu sou estranha, dessas que em alguns momentos é destemida como Sansão, mas em outros é medrosa como uma criança mimada. Eu também sinto medo, odeio confessar isso, mas há quem goste? Meu quase um metro e setenta de altura não é grande o suficiente para acalmar os enormes temores de criança pequena dentro de mim. E então, na madrugada, enquanto sinto medo até dos menores ruídos, eu fico olhando atentamente pela janela, porque a certeza de que naquela escuridão a fora existe alguém tão solitária e perdida quanto eu, me acalma. Enquanto me sinto tão pequenina, eu percebo que o mundo é muito grande para eu ser a única com os cabelos do braço arrepiados pelo vento, procurando alguma estrela nesse céu apagado de cidade grande. E eu fico me perguntando se entre aqueles rostos desconexos, que passam pela calçada, existe alguém lunaticamente sóbrio, como eu. Alguém que entenderá que, às vezes, meu sorriso também é triste, e que por trás da postura dura que carrego, existe um monte de marshmallow. A vida bate com vareta e a gente aprende, quanto maior o medo, mais forte a armadura nos protegendo. E eu sou assim. Sou dessas que nunca pede carinho, muito menos atenção, mas deseja os dois em exagero. Fico pensativa quando estou triste, porque passei mais da metade da minha vida sem ter ninguém com quem dividir esses momentos. Mas, não tem importância se ainda está escuro e não há ninguém acordado por perto. O vento faz minha pele arrepiar com um carinho gélido. E ele também bagunça o meu cabelo, porque na solidão da noite, alguém sabe que as lembranças que carrego são duras, mas meu coração é frágil e singelo.

Don't wait for a better life

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014



Sei que parece clichê, mas entrei de cabeça naquela onda de dar valor ao próximo. Não me amou, não cuidou ou abusou da minha paciência? Próximo! Não sou obrigada a me acostumar com a sola dos seus sapatos. E sabe de uma coisa? Hoje acordei leve, consegui comer sem travar o estomago e consegui gargalhar sem medo de soar muito alto. Pois é, eu tinha medo do meu tom de voz quando estava com você. Até tentei ficar de luto, fazer greve de fome, me afundar no oceano de lágrimas que criei em minha cama, mas não deu. Esperei você voltar, me neguei a seguir e fiz birra com a verdade estampada na minha cara. Não houve morte para o que nunca existiu, não existe fim onde nunca houve um começo. Me despi da pesada sombra que me atormentava, dos pedaços de você que eu ainda carregava e decidi ser feliz. Acordei, tomei um banho e dei tchauzinho para o ralo enquanto a culpa e o arrependimento iam embora. Foi triste desistir de nós, desistir de você, desistir da pessoa que eu queria que você tivesse sido, do carinho e do amor que queria ter recebido, mas não recebi. Comprei meio litro de Coca, atravessei o sinal aberto correndo só pra sentir a adrenalina correndo nas veias, e até estudei estatística. Pois é, enterrei a ideia de estar apaixonada pela pessoa que eu queria ver em você e decidi ser EU MESMA. Sentei no chão só para lembrar que eu não ligo se está meio molhado, andei na chuva sentindo as gotinhas com a boca aberta e acredite, eu nem fiquei gripada. Muito menos fiquei com a consciência pesada. É triste quando temos que jogar um amor tão lindo dentro da gente fora, eu sei. Tive que deixar o meu em alguma esquina sem nome, junto com o prateado que enfeitava meu dedo. Se eu pudesse faria tudo diferente, te conheceria de modo diferente, sorriria de modo diferente e amaria de modo diferente, mas você não volta, certo? Não, você não volta, porque você nunca esteve comigo, nunca quis permanecer e você nunca veio. Mas ‘’Td bem’’, eu entendi. Olhei no espelho e me encontrei, perdida entre onde terminava o ‘eu’ e começava ‘você’. Não mais! Vou amar o próximo, OK? Porque a vida segue, eu sei e a melhor parte de mim também sabe.

Antônimo de romance, é?



Parece tristeza, mas é só saudade. Eu não queria mais sentir saudades, queria algo que permanecesse e, só pra variar um pouquinho, ficasse. Mas chega de falsa modéstia e de falar nas entrelinhas, porque eu sei que você não gosta. Queria que você fosse a batida perfeita do meu coração imperfeito e não dá para manter mais isso em segredo. Você acredita em amor a primeira vista? Eu também não acredito. Mas, no meu caso, foi encanto à primeira olhadinha. Eu me senti diferente de um jeito muito estranho enquanto atravessávamos a noite em claro e sem perceber o nascer do sol nos contemplava. Pois é, quando a gente sente fica inconsequente e faz um monte de besteira. Fiz loucura para te ver, eu sei. E não importa quantos foram os altos e os baixos que tivemos em tão pouco tempo, porque nada no mundo transformará tudo em arrependimento. E não to nem aí se no final da somatória foram mais lágrimas do que sorrisos. O que importa para mim foi a intensidade com que eles aconteceram, e eu sorri tanto ao seu lado que praticamente vivia com as bochechas doendo. Mas ok, isso não é pra ser um texto romântico e não vou tentar fazê-lo. Pois tudo que advém de ‘romance’ para nós não existe e até mesmo minha mente sem limites sabe que isso é assunto proibido ou que insistir seria o mesmo que tomar veneno. Mas sabe o que é? Sentimentos para mim nunca fizeram sentido e eu não entendo muito bem disso, tão pouco. Sei que você é feliz e com isso me contento, mesmo não fazendo parte do seu cenário perfeito. Não vou lutar ou tentar te roubar para mim, e não quero parecer estar fazendo nenhum dos dois com esse texto. Escrevo porque penso em você, sonho com você a cada vez que fecho os olhos e acho doce nossas lembranças. Talvez até existam algumas coisas que, porque sou lunática, eu invento. Não vou encher isso aqui de detalhes só nossos, porque quem sabe não existe alguma outra garota por aí no mundo que ame tanto alguém como eu e acabe se reconhecendo ou se perdendo nas linhas mal escritas desse texto? Aí eu começo a rir quando leio em voz alta ‘detalhes só nossos’, porque soa como se tivéssemos vários, mas na verdade nós nem temos.
O que existe é a saudade, vontade, necessidade do que nunca existiu, mas eu gostaria que houvesse. Mas isso também tem outro nome: Ilusão. E desse mal eu geralmente não me alimento. É triste, mas tudo bem que não existirão detalhes só nossos. A vida, dura como só ela, me ensinou a não bancar a louca e ficar afundada nessa. Até porque os lábios que te beijam não são meus. Mas eu não crio caso quanto a isso, nesse meu estranho jeito de sentir, eu não sinto nem inveja. Acredite; é genuíno.
Sou egoísta e confesso. Eu te quero. Mas sou ainda mais altruísta e torço para que seja muito feliz ao lado dela. Vamos fingir que essas palavras nunca existiram, tão pouco tais sentimentos. Às vezes tudo que podemos fazer é sentar e esperar o tempo passar. Deixar ir embora tudo isso que existe aqui dentro e que não será utilizado. Sentar em uma praça qualquer e ficar lá vendo outros casais juntinhos, felizes, e odiar todos eles. E sentir invejinha porque em nenhum daqueles rostos felizes existirá ‘’eu e você’’, e não é triste isso? Eu acho, mas o mundo inteiro nem liga.

Pessoas vem e vão, então fica?

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014



Conheci pessoas tão lindas, mas que se escondiam atrás de tanta maquiagem que dava até medo. Conheci pessoas sem beleza, mas que eram capazes de transformar qualquer coisa em algo bonito. Conheci lugares estranhos que chegavam a arrepiar o cabelo, outros eram tão bonitos que fiz deles paisagens e emoldurei na memória. Já sorri com pessoas que só mentiram para mim e já chorei com amigos verdadeiros. Mas a vida é assim, quase como um metrô, desses que percorrem a cidade inteira. Cada hora é uma vista diferente, uma estação diferente e pessoas diferentes. E só você ficar sentada lá e observar, pode ver! A porta fechando e abrindo. Aí depois daquela curva terá um lugar fantástico, uau, né? E mais pra frente depois do morro, infelizmente, um lugar fétido. Sobre as pessoas? Ah... As pessoas estas estão sempre indo e vindo. Já percebeu como o metrô começa cheio e termina quase vazio no último ponto? Pois é, e pode perceber como, a cada ano, você tem menos amigos, já reparou? Mas talvez seja só culpa do amadurecimento que nos torna mais seletivos. Tanta gente passa em nossas vidas, mas são tão poucas as que ficam, não é mesmo? Eu queria que você ficasse! Queria te sentar do meu ladinho nesse vagão e colar sua bunda com cola! Te contaria várias histórias minhas e escutaria outras tantas suas, enquanto apreciaríamos a vista. Então fica? Amarra seu cavalinho aqui dentro, com um nó bem dado e tira ele da chuva! Pregue um quadro com seu nome na parede do meu coração, mas martela isso aí direto e prega, bem pregado. Pode ser ali no cantinho, no meio ou de lado. Só fica vai, meu coração não vai cobrar aluguel se você sorrir pra mim assim, bem assim, todos os dias.

Cause you and I, We were born to die



Ouvi dizer que a língua é o músculo mais forte do corpo humano, até aí tudo bem, porque conheço um pessoal que mente tanto, que se a língua deles não fossem mesmo de ferro, elas cairiam junto com suas mentiras descabidas. ‘’Eu te amo’’ e ‘’Confie em mim’’, foram as grandes vencedoras do ano. Mas no meu caso, o meu coração deve ser o músculo mais forte. Porque ele vive sendo quebrado e ainda sim, continua batendo, se regenerando, e infelizmente, sozinho. Estou cansada de lobos em pele de cordeiro. amargurada com essas princesas que acabam mostrando as verrugas no nariz com o tempo. Aí eu sempre digo, serei má, mas você sabe que sou altruísta e acaba tirando proveito disso. Mas dessa vez não serei. Chega! Papai Noel vai me perdoar por não ser uma boa menina com você, e vai me deixar um presente na chaminé assim mesmo. Um coração novinho, onde você nunca mais colocará os pés. Não, foi você quem errou, meu bem. Mentiu, enganou, usou, descartou e, quer saber? Vou sair por aí e me reciclar agora. Te esquecer! E vai à merda com o tempo. Não importa quantos dias durou, o importante foi a intensidade com a qual me entreguei e confiei em você. E você não deu valor, não foi? Pode me chamar de exagerada, to nem aí. Eu adoro amores inventados e o Cazuza disse que não tinha nada de errado com isso. E não! Não vou te dar rosas roubadas e nem morrer de fome se você não me amar. Então não vou tentar ser romântica e dramática por mim e por você. Não vou tentar curar sozinha as feridas que você fez. Chega! Não vou mais me reconquistar pra você. Eu vou é pegar meu presente novo e seguir para bem longe, sem você. Enquanto isso vou me encher de tudo que você não gosta, até provar pro meu coração que estou melhor sem você. E vou pular carnaval quando isso se tornar realidade. Sabe o que é, eu quero alguém que me ame, mas não como você ama. Alguém que permaneça. Que minha presença, na forma mais singela, seja o bastante para torná-la feliz. Quero alguém que ria comigo ao atravessar o sinal aberto e que venha CORRENDO, de onde for, só pra ME ver sorrindo. Que queira meus cuidados quando estiver doente, e que trema da cabeça aos pés ao lembrar de mim, inundada de desejo. Quero atitudes, loucuras e provas! Já chega de palavras. Palavras não servem para nada, essas aqui, então, não servem nem para te trazer de volta. E as palavras que você me falava todos os dias, agora eu sei, eram extremamente vazias. Já chega! Não vou deixar mais ninguém pisar em mim. Seja com seu salto alto ou com seus tênis não importados. É um texto triste e pesado, não é, meu bem? Eu sei. Mas como escreverei algo bonito, se a mentira transformou tudo que tivemos em algo feio e drástico? Não ‘‘amor ’’, não peça mais desculpas, elas não vão mudar nada. Desculpas não colam nada, mas se você soubesse o quanto atitudes fazem uma diferença... Parece irônico, talvez até engraçado, que você tenha me perguntado, um dia desses, por que meus textos eram sempre sobre alguém que ia embora. Pois então, meu bem, é porque vocês sempre vão embora. E o que me resta é isso, transformar-las em textos.

Chuva e Beijo



Enquanto a chuva caia forte e a gente nem percebia, me deu vontade de fazer uma loucura. Mas roubar um banco ou roubar o guarda-chuva de uma velhinha me pareceu peixe pequeno. Deu vontade de roubar um beijo, nem que fosse para provar seus lábios naqueles mínimos segundos, antes que viesse um tapa ou um não bem grande na cara. É, deu vontade de te roubar um beijo, só pra verificar se a textura macia dos seus lábios nos meus sonhos estava correta. Deu vontade de te roubar um beijo molhado de chuva, mas fui para casa sozinha, imaginando como seria se vivêssemos em um filme sem gênero, onde mesmo depois daquele tapa, você me puxaria de volta em algum outro momento. Deu vontade de te jogar na parede, de pular na frente do carro, de dar estrelinhas ou fazer todo um espetáculo no sinaleiro, não para que você me pagasse com moedinhas, mas sim com aquele beijo. Tudo bem, cenário perfeito, chuva caindo e eu... Encharcada. Encharcada de vergonha e medo. É assim que sempre me sinto, mesmo com um calor dos infernos. Aí o beijo foi na bochecha mesmo, sem estralo, apenas com aquele barulho enorme do silêncio. Mas não tem problema porque eu te quero, te quero até no silêncio. Meus sonhos pseudo-românticos zombam de mim, provando que me gabar por te esquecer é bobagem. Que vou querer roubar vários beijos mesmo sem chuva, sem morangos, sem assalto a velhinhas ou sem sinaleiros. Mas ah, quer saber? Esquece esse beijo. Vou devolver o guarda chuva da velhinha, usar as moedinhas do meu espetáculo imaginário no sinaleiro e comprar uma Coca. Vou parar de dar estrelinhas na chuva e apreciar as que estão no firmamento e vou desligar a TV, porque o nosso filme sem gênero acabou e não importa quantos ‘’Bombril ou Assolan’s’’ eu coloque na antena, a TV a gato pifou. Vou embora com minha Coca e sem aquele beijo, em silêncio, não tem problema. Eu sei e sei que você também sabe que eu te quero, te quero mesmo no silêncio. No sussurro frenético da chuva e no silêncio brando da madrugada.

Little girl trying to be big






Every night before I go sleep, I know that I'm just a little girl trying to be big. With my hands on the floor like a baby I try to not stumble, but sometimes I still fall. Walking through the city all those faces scaring me so badly. Nobody never says something, but they always scream things that I don't want to hear. Look at them. They look so full of empty. Do I look like them? Because I feel like a stranger. And They only think that I'm a creature without a soul. So I guess I should turn on the ''fuck you'', because nobody knows, but I carry inside my chest the whole world... Beautiful and big like an awesome rainbow.

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Todas as noites antes de eu ir dormir, eu sei que eu sou apenas uma pequena menina tentando ser grande. Com minhas mãos no chão eu tento não tropeçar, mas às vezes eu ainda caio. Andando pela cidade, todos esses rostos, me assustando tanto. Ninguém nunca diz nada, mas eles sempre gritam coisas que eu não quero ouvir. Olhe para eles! Eles parecem tão cheios de vazios. Eu pareço como eles? Porque eu me sinto uma estranha. E eles apenas pensam que eu sou uma criatura sem alma. Então imagino que eu deveria ligar o ''foda-se'', porque ninguém sabe, mas eu carrego dentro do meu peito todo o mundo ... Bonito e grande como um incrível arco-íris .

06/11/10

Te iubesc prietena




I know that so many times you want to resolve everything on your own but darling, the world is too heavy, you are not gravity, you can't carry all alone. I can feel exactly what you feel when your heart is crying so lonely because everybody says that you are a freak when you are different some way. And I can hear your mute scream while you look at the mirror and want to be ''normal'' like them.You try so hard but will they come to fix you  if you become such little pieces of a broken mirror?

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Eu sei que muitas vezes você deseja resolver tudo por conta própria, mas querida o mundo é muito pesado
você não é a gravidade, você não pode carregar tudo sozinha. Eu posso sentir exatamente o que você sente
quando seu coração está chorando tão solitário porque todo mundo diz que você é uma aberração quando se é diferente de alguma forma. E eu posso ouvir o seu grito mudo quando você olha para o espelho e quer ser ''normal'' como eles. Você se esforça tanto mas, será que eles virão consertar você quando você se transformar em pequenos pedaços de um espelho quebrado?

06/11/10

Coração quebrado não se cura com chocolate

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

  




Eu acho que gentileza gera gentileza, respeito gera respeito, paciência gera mais paciência, carinho gera carinho, confiança gera confiança e depois de tanta gestação, nasce o amor. É uma rima chatinha, né? Pois é, mas a verdade é assim mesmo, quase sempre chata e na maioria das vezes dói pra caralho. Aí quando o bebê nasce, apesar de lindo é também desengonçado. Você tem que cuidar dessa criança todo tempo, alimentá-lo constantemente e quando dá birra tem que ter um saco enorme para aguentar. É meu amigo, ter um desses não é fácil. Amar é pior ainda. Moleque você puxa orelha, deixa de castigo ou tira o vídeo-game. Amor não, o amor tem sua própria lei Maria da penha e as regras são claras, mesmo quando são ditas ou escritas nas entrelinhas. Não dá pra deixar sem internet quando há brigas e ciúmes, não dá pra colocar de castigo no milho quando te machucam. Não dá pra tapar o nariz e engolir de volta as palavras duras que foram jogadas, assim como você fazia quando não queria tomar aquele remédio ruim, mas sua mãe te obrigava. E não dá para curar um coração quebrado com uma caixa de chocolate, assim como seus pais faziam quando você emburrava com eles após uma bronca. É... O amor é mesmo complicado. Difícil para gerar, um desafio sustentá-lo, mas lindo como um bebê de revista quando ele é bem cuidado.

Jessy Mendes
13/01/12

Do tamanho do céu







Olá pessoal! Como é a minha primeira postagem aqui, eu decidi me apresentar um pouquinho com um dos várias textos que publicarei aqui. Tudo isso na esperança de que alguém aí nesse mundão a fora se reconheça nessas palavras loucas! Todas as fotos e textos (até os chatos e feio) são da minha autoria.

                                                  
                                                  Dramática, lunática, estranha e aquariana.

Aquariana e pseudo-escritora frustrada. Mas só isso não basta. Perdida entre menina, mulher ou garota lunática. Sou dramática, dessas que transforma qualquer gota em enchente e não dessas que transforma qualquer gota d’água em oceano. Até porque o mar é demasiadamente lindo, agora as enchentes, essas sim, são trágicas.
Mato tia, avó e até prima distante só pra faltar no trabalho. Mineira que puxa o ''r'' e é cheia de sotaque. Dou birra quando minha mãe diz que devo deixar de ser criança, mas fico uma fera quando me chamam de moleca. Alugo filme infantil e vivo acreditando em contos de fadas. Aí vem algum filho de uma puta, quebra meu coração e eu sempre prometo que nunca mais acreditarei no amor de ninguém e que jamais serei enganada novamente. Algumas semanas depois e lá estou eu babando ovo em outro alguém, toda encantada, me contradizendo. Transformo tudo que eu sinto, que vejo ou que mexe de algum modo com meu coraçãozinho em texto. Aí sempre ganho fama de exagerada, mas tudo bem, eu sou mesmo. Tiro foto de criança correndo, casal andando de mãos dadas e até de Ipê amarelo. Mas é que sou boba, dessas que faz romantismo com tudo, até com casca de árvore e sacolinha de plástico sendo levada pelo vento. Sou estranha que não fala nada com nada e constantemente é motivo de piada. Não entendo nada de moda, mas sou apaixonada em roupa de couro e Allstar vermelho. Grito e paro que nem doida no meio da avenida quando vejo a lua brilhando no céu, tão única e linda. Eu acho que Deus foi perfeito em muitas coisas, mas quando ele fez a lua... Ah, a lua me fascina, aí como sou muito romântica, boba e não tomo jeito, eu sempre peço bem baixinho para que ela me ilumine. Sou estranha que bagunça o cabelo quando pretende arrumá-lo e também sou estranha quando... Aff, olha só, na verdade eu sou estranha o tempo inteiro. Estou sempre atrasada para a primeira aula, não entendo nada na área de exatas e gosto de desafinar debaixo do chuveiro. Amo andar na chuva e acho esquisito esse povo que se acha feito de sal, açúcar ou tem medo de molhar o cabelo. Às vezes acho que sou santinha, mas aí meu pai diz que sou rebelde, algumas pessoas me acham uma gracinha e a maioria das outras não me entendem. Eu não estou nem ligando, eu também não me entendo. Mas se você quiser descobrir quem eu sou é fácil, me dê um copão de açaí com paçoca que aí sim, a gente sente e conversa.

06/01/12






Design e código feitos por Julie Duarte. A cópia total ou parcial são proibidas, assim como retirar os créditos.
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