Felicidade que dê alegria

quarta-feira, 9 de julho de 2014


Quero uma felicidade que me dê alegria! Você pode até me achar louca e perguntar, em tom de zombaria, se existe uma felicidade triste; E eu posso te afirmar que sim, isso acontece. No mínimo eu te digo que existe aquela felicidade simples, calma e serena. Uma Felicidade já costumeira, daquela que te faz praticamente dormir nos braços dela. Felicidade do dia-a-dia, tão comum de quem é ‘‘apenas’’ feliz e isso por si só basta. Aquela felicidade que você se lembra quando te perguntam se você é feliz, e você até responde que sim, mas ainda encontra dificuldade em definir o porquê ou o que te traz real felicidade. Felicidade tão tranquila que chega a ser mansa. Quase confundida com uma felicidade plena. Mas eu não! Eu sou diferente, sou do contra, sou ambiciosa e sou fominha. Eu quero aquela felicidade que me dê alegria. Aquela felicidade que me tire os pés do chão, que me vire do avesso, que me faz sonhar, mesmo acordada, e que me deixe ansiosa por um novo dia. Que me faça parecer uma louca desvairada, e que me faça rir de um jeito feio, ou estranho, até que eu fique sem ar. É isso! Eu quero uma felicidade que me tire o fôlego. Uma felicidade que faça o sangue bombear muito mais rápido dentro das minhas veias, e que faça a minha adrenalina atingir pontos exorbitantes. Uma felicidade que me cegue para os problemas do mundo, mas que abra os meus olhos para toda a beleza que está presente nas coisas mais simples dessa vida. Uma felicidade que me embriague de alegria! E que eu possa soar como uma louca só por atravessar a rua com o sinal aberto, parecendo quase uma drogada. Quero uma overdose de alegria. Quero sentir o vento batendo no meu rosto, enquanto eu cultivo borboletas na minha barriga. Quero sentir medo, mas ao mesmo tempo eu preciso ter a certeza de que nada no mundo pode me parar agora. Quero ser extremamente tola e alucinada. Quero perder o sono de desejo, e quero ‘‘flutuar’’ como uma bailarina. Quero viver no mundo da lua, e preciso viajar por todos os outros planetas. Quero uma felicidade que siga uma direção oposta a todas as outras, principalmente que seja fora dos eixos e dos padrões convencionais. Muito mais do que isso eu quero uma felicidade que faça eu me sentir muito mais do que completa... Eu quero uma felicidade que me transborde. Quero ser inundada pelos risos, pelos beijos, pelas borboletas, pelo vento e pelos cheiros. Quero gritar até que eu possa acordar o bairro inteiro, e quero ser capaz de sentir tudo o que eu procuro com o barulho do silêncio. Eu não quero só ser feliz! Eu quero estar pelo simples fato de que a alegria me transbordou a tal ponto que seria impossível não ser.

Prazer de esquina


Perdida entre a música alta e as várias luzes de neon que me cegavam, olhei para o rosto de um total estranho enquanto eu lhe dava um sorriso amarelo. Nossa! Eu tinha mesmo beijado essa pessoa? Quatro doses de tequila eram o suficiente para isso? Eu tive ainda mais certeza, enquanto virava em um gole só o restinho do meu refrigerante de laranja, de que eu não queria alguém que preenchesse apenas a minha boca com sua língua desengonçada. Eu precisava de alguém que me completasse por inteiro. Alguém que tocasse o meu intimo, sabe? Que acariciasse aquela menina frágil que toda mulher madura tem por dentro, lá no fundo! Só encher minha boca por encher eu mesma a entupiria de comida. Batata frita, talvez, ou paçoca. Não, não! Eu precisava de alguém que tocasse os meus lábios, mas que ao mesmo tempo transbordasse a minha alma e o meu coração. Alguém que fizesse da minha felicidade o seu gozo, e que me proporcionasse prazer em qualquer esquina.

Todo fim é triste né?


O fim machuca, a perda dói, e sair da bolha rodeada do que é confortável e conhecido é enlouquecedor. Todo fim é triste né? Ninguém gosta de perder! E quando se perde algo ou alguém para o desconhecido, e você simplesmente o vê saindo da sua vida, a única certeza que sobra é de que seremos inundados por um turbilhão de sentimentos. Um coração quebrado significa que você será obrigado a sobreviver ao dia-a-dia, mas que, sem perceber, uma lágrima teimosa escorrerá pelo seu rosto enquanto você trabalha. Significa que depois do caos do termino, do estrago e de todo o barulho, você se verá afundado em um silêncio agourento. Um coração quebrado é a solidão que se sente na multidão, e é a sensação de abandono que se tem no final do dia enquanto você lava a sua roupa. É estar sozinho mesmo rodeado. O fim de qualquer coisa quando acontece de forma trágica significa que várias, ou todas as músicas perderão o sentido e a graça por um tempo, não importa se for samba ou rock. E todas as comidas perderão o seu sabor, e o seu paladar não conseguirá distinguir entre o que é doce ou salgado, porque simplesmente você não terá fome, mas você é obrigado a colocar para dentro mais uma garfada, e outra, e a continuar até o fim. Sofrer pelo fim de qualquer coisa significa que o canto dos passarinhos soará apenas como um ruído estranho ao longo dos dias, e que nada será tão belo quanto antes! Nem as flores, nem o sorriso de uma criança e nem mesmo o modo como o sol reflete sobre as águas ou sobre a grama verde. Ter um coração partido é o mesmo que viver em câmera lenta enquanto você faz compras, ou enquanto você precisa se levantar da cama e tomar um banho. É um inferno viver em slow motion todo o tempo! É se sentir uma criança frágil, desprotegida e carente, e ao mesmo tempo se sentir capaz de escalar uma montanha, pois nada parece maior que a sua dor. Ter um coração quebrado é ver algo lindo e sentir um pouco de raiva por não fazer mais parte de nada bonito, e é chorar copiosamente logo depois, enquanto caminha sem rumo pelas ruas, até o instante em que você estará pronto para começar tudo mais uma vez. Você pode até achar que nunca vai superar nada, ou que aquela dor será para sempre, mas não é e nem será! A dor não é eterna, ela só é insuportavelmente chata enquanto não passa, mas uma hora passa! A coisa mais bonita sobre a vida, no meio da tragédia que são os dias, é que a vida continua, e independente se você quer ou não, ela te empurra! O fim é apenas um novo recomeço, que logo terá um outro final, só para recomeçar novamente

O amor é sobre antônimos (?)


Ouvi pessoas das mais aleatórias dizer durante toda minha vida que eu deveria ter paciência. Que dezoito anos não era idade suficiente para ser adulta, ou madura, e que um mês era pouco demais para amar. Que com apenas dez reais no bolso não existiria felicidade em um final de semana e que eu não poderia me apaixonar no primeiro encontro. Que eu era muito nova para ter tantos medos e que uma criança era muito pequena para ter depressão ou tamanha tristeza. Ouvi dizer que quando se é jovem não se é fiel, e que só se é bom de cama quando se tem idade e experiência o suficiente. Mas eu era/sou impulsiva demais, e não consigo viver na prática esse estilo de vida de: Esperar o tempo certo. Ouvi também alguns sujeitinhos dizerem que alguns opostos se repelem e que encontrou naquela pessoa ''tudo de bom que já existia dentro de mim''. Percebi, percorrendo alguns estados e países que se alguém gosta de rock ela irá procurar alguém em um show do Metallica, e que se alguém gosta de literatura, irá passar mais da metade da vida sentada em uma biblioteca esperando o príncipe ou a princesa encantada. As pessoas, principalmente os adultos, têm uma tendência a procurar o que lhe interessa apenas nos lugares que lhes agradam. Pois é, juntando toda essa vivência eu fui moldada a acreditar que eu deveria esperar, pois o amor me encontraria na hora certa e no lugar correto! Passei madrugadas em claro, dias e mais dias pensativa, tentando entender o mundo, as pessoas, as oportunidades e os amores. Tentando entender se a espera valia a pena, e então eu entendi! Entendi que perdemos tanto tempo esperando que uma hora o tempo não espera e ele passa. O tempo passa e o que não agarramos com unhas e dentes fica perdido no tempo, sobrando apenas o arrependimento. E eu entendi que eu não queria ser como os outros. Eu preferia me arrepender do que eu fiz do que me arrepender de não ter feito ou vivido o que eu queria. Conheci crianças maduras, e velhos sem bagagem nenhuma. Vi amigos recentes fazerem por mim o que meus velhos companheiros nunca fariam, e percebi mais amor em casais com meses, do que naqueles com anos. Números são tão subjetivos!
Eu ainda não fiz trinta e não dei a volta ao mundo. Não tenho a maturidade de um senhor de 90 anos e nem a experiência de um guerreiro, mas acho que eu entendi também que o amor não se trata de sinônimos. Não se trata de compatibilidade ou igualdades. O amor é mais ou menos sobre se sentir completo pelas diferenças do outro, é se deixar ser preenchido pelo desconhecido, e é amar, ou aceitar, tudo o que você não ama.
Quebras cabeças realmente não se completam com peças iguais. Quem diria... O amor é sobre antônimos e diferenças.

Fantasias noturnas


Às vezes eu fico me perguntando durante a madrugada, calada e sozinha, se todo mundo quando deita na cama fica fantasiando até pegar no sono que algo vai aparecer no dia seguinte e mudar toda a sua vida. Se vai acontecer algo que vai tirar o seu fôlego e te arrancar dessa monotonia solitária e viciante que é o dia-a-dia. Eu me pergunto quem estará, assim como eu, sonhando com uma vida melhor, ou com um dia em que será tudo diferente. Quantas pessoas suspiram tristes e sufocadas depois de rolar na cama por horas, sabendo que amanhã será um novo dia igual a todos os outros: Você acorda, passa horas trancada em um trabalho que você não gosta, come qualquer porcaria na rua, chega, toma banho, fuça o Facebook tentando encontrar algo na vida de alguém que seja mais interessante que a sua e depois dorme. Dorme naquela esperança secreta de que amanhã seja realmente um OUTRO dia.

Oi, mãe


Oi mãe, ainda nem nasceu o dia, está tudo muito escuro, mas é que eu não consigo dormir direito. Crescer dói, sabia? Pois é, eu ando descobrindo isso a cada dia. Mãe, eu tenho tantas dúvidas, mas a senhora está tão longe e eu me sinto tão criança ainda. Porque a louça nunca fica limpa como quando a senhora lava, não importa o quanto eu esfrego ou o quanto coloco detergente na bucha? Porque a minha toalha não fica sempre com aquele cheirinho gostoso de amaciante? Pois agora ela sempre tem um cheiro estranho, não importa o quanto eu esfregue, bato no tanque ou lave. Minhas roupas, às vezes, ficam meio duras, constantemente amarrotadas e nem de longe ficam tão cheirosas como quando a senhora lavava. Por quê? Eu não entendo! Eu ainda acordo com medo e não importa com quem eu divido quarto, não é a mesma sensação de segurança que eu tinha antes, só de saber que a senhora estava lá me velando, mesmo 'distante', lá do seu quarto. Bons tempos quando a maior distância entre eu e você era medida em metros ou cômodos e não quilômetros. Mãe, porque tudo é caro agora que sou eu quem pago minhas contas, ou será que a culpa disso tudo é da inflação e do governo? E principalmente, mãe, porque tudo é tão mais difícil agora que eu não te tenho tão por perto? Agora nos finais de semana, em vez de escutar você gritando, reclamando que não tinha tempo para nada, pois tinha que cuidar da casa, sou eu quem, calada e cansada, lavo o banheiro. Sou eu quem descongela a geladeira, quem faz uma gororoba horrível que eu insisto em chamar de comida, e sou eu quem fica descabelada em frente ao tanque lavando meu tênis e minhas roupas. Bons tempos quando eu tinha o fim de semana inteiro para sair, ir à balada, ou fingir que jogava futebol em um sábado à tarde qualquer. Bom o tempo em que eu tinha a senhora por perto. Porque, mãe, eu já atravessei oceanos, cruzei fronteiras de alguns países, em tão pouco tempo conheci outros tantos estados brasileiros e já vi as coisas mais tristes e lindas em cada canto dessa terra. Fiz amigos dos mais diversos, e por mais que os novos amigos nunca substituam os velhos, pois pessoas são insubstituíveis, eles quase amenizam a saudade que eu sinto dos antigos companheiros. Mas mãe, ainda sim, em nenhum lugar e em nenhum momento, eu encontrei alguém tão única, tão singela, ou com um sorriso tão grande, que quase amenizasse a falta que eu sinto da senhora ou que eu pudesse chamar, verdadeiramente, de MÃE.

Hoje é um daqueles dias


Hoje é um daqueles dias que eu só precisava de alguém do meu lado, mas todos sumiram. Hoje é um daqueles dias que está ventando muito e eu estou com medo. Hoje é um daqueles dias que meu coração está pequenininho, quebrado no peito. Hoje é um daqueles dias que eu perdi a fé na humanidade. Hoje é um daqueles dias que eu preciso, mas nada tenho. Preciso do simples, preciso do complexo, mas fico aqui, sozinha, dando meu jeito. Hoje é um daqueles dias que preciso que venham, porque não tenho força de ir a lugar algum. É um daqueles dias que percebo que me dei demais e não recebi troco nenhum de volta. É um daqueles dias que acho o amor uma coisa idiota, tenho ódio de tudo, mas o que eu precisava era simples: Carinho, sorvete e colo. Seria a combinação perfeita para tirar de mim esse gosto ruim, essa sensação de amargo. É um daqueles dias que passei tremendo, de tanto segurar o choro, mas ninguém quer saber disso. É... Preciso parar de ser dramática, preciso parar de querer me encontrar nos outros e preciso parar de procurar em qualquer rosto, em qualquer sombra algo que me tire da realidade e me faça esquecer toda essa tristeza. Ok, hoje é um daqueles dias que me ganha quem vier correndo e me disser que não importa a chuva, não importa o vento, não importa o tempo, estará ali do meu lado não importa o que aconteça. Hoje é um daqueles dias que quero alguém que não me diga uma palavra, mas que me faça sentir tudo com o silêncio.

Palavras



Palavras. Não vou dizer mais nada! São só palavras e por mais que eu seja ótima com elas, nunca resolvem em nada. Elas não acalmam o turbilhão que há dentro de mim. Não arrancam mais suspiros da garota bonita. Não amenizam a dor dos corações aflitos e não trazem quem eu amo, mas já se foi, de volta. Não curam as mágoas que ficaram enterradas e não trazem sorriso aos que precisam de esperança. Não secam as lágrimas derramadas em silêncio, e, na maioria dos momentos mágicos, não existem palavras. Não conquistam o que e quem eu quero e não me deram nenhum dinheiro até agora. Elas nem expressam realmente o que sinto porque o que eu sinto eu nunca digo e, mesmo que falasse, não resolveria nada. Seriam, novamente, só palavras.






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